A passagem da escola para o mundo do trabalho é um dos momentos mais determinantes na vida de qualquer jovem. Entretanto, no Brasil, e particularmente no Rio de Janeiro, essa transição ocorre de forma desigual e marcada por obstáculos socioeconômicos.
O Desafio do Desemprego e da Informalidade Juvenil
A juventude é o grupo mais vulnerável no mercado de trabalho fluminense.
Segundo a PNAD Contínua (IBGE, 2023), jovens de 18 a 24 anos enfrentam uma taxa de desemprego de 18%, mais que o dobro da média nacional. Além disso, mais da metade dos jovens empregados no estado estão na informalidade, sem carteira assinada, sem proteção legal e expostos a condições precárias.
Fatores Estruturais de Exclusão
A escolarização é um fator-chave, mas insuficiente quando desconectada do mundo do trabalho. A falta de oportunidades de estágio, aprendizagem e formação técnica aprofunda o ciclo de exclusão (UNICEF, 2022).
As desigualdades territoriais também têm peso significativo. Jovens de regiões periféricas enfrentam obstáculos adicionais como transporte inacessível, poucas ofertas de emprego e escolas com infraestrutura limitada, fatores que o Observatório de Favelas (2023) destaca como cruciais.
A Questão de Raça e Gênero
Desigualdade racial e de gênero agravam ainda mais o quadro. Estudos do IPEA (2022) e IBGE (2023) mostram que:
Jovens negros têm maior probabilidade de desemprego e inserção precária.
Jovens mulheres frequentemente enfrentam taxas superiores de inatividade, muitas vezes por acumular responsabilidades domésticas.
O Papel Central da ODS 8
A ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) busca enfrentar esses desafios ao propor políticas públicas de inserção produtiva, ampliação da aprendizagem profissional, expansão de programas de qualificação técnica e combate à informalidade juvenil.
Garantir oportunidades dignas aos jovens é fundamental para romper ciclos de pobreza e construir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. A construção do trabalho decente para a juventude exige ação coordenada entre Estado, empresas, escolas e comunidades.
Referências
IBGE. PNAD Contínua. (2023).
IPEA. Desigualdades no Mercado de Trabalho. (2022).
Observatório de Favelas. (2023).
ONU Brasil. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico.
UNICEF. Educação e Juventude. (2022).
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