domingo, 7 de dezembro de 2025

Caminhos para Promover Trabalho Decente entre Jovens no Rio de Janeiro Segundo a ODS 8

A ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) destaca a juventude como público prioritário na construção do trabalho decente e sustentável. No Rio de Janeiro, onde jovens enfrentam taxas de desemprego superiores à média nacional, alta informalidade e barreiras territoriais, o desafio torna-se ainda mais urgente.

Entre os principais caminhos apontados pela OIT, ONU e pesquisas nacionais estão:

1. Educação e Qualificação Profissional

A ampliação da formação técnica e de cursos profissionalizantes melhora significativamente a empregabilidade de jovens, preparando-os para setores que demandam qualificação e combatendo a evasão escolar que leva à informalidade.

2. Aprendizagem Profissional (Lei da Aprendizagem)

Esta é a política pública mais eficiente de inserção formal para jovens. Ela garante direitos trabalhistas e formação pedagógica supervisionada, servindo como uma proteção essencial contra a informalidade precoce.

3. Programas de Primeiro Emprego

A articulação entre empresas, governo e instituições educacionais é crucial para criar condições reais de entrada no mercado formal, por meio de estágios transparentes e incentivos à contratação juvenil.

4. Economia Solidária e Empreendedorismo Juvenil

Nos territórios periféricos do Rio, cooperativas, negócios locais e iniciativas comunitárias promovem inclusão produtiva com dignidade, oferecendo autonomia e reduzindo a desigualdade de renda.

5. Empregos Verdes (Economia Sustentável)

A transição ecológica abre espaço para novas profissões em setores como energia solar, reciclagem, agricultura urbana e mobilidade sustentável, oferecendo renda digna e qualificação alinhada ao futuro.

6. Combate à Informalidade e Ampliação da Proteção Social

A informalidade juvenil é uma das maiores barreiras ao trabalho decente. Ações de fiscalização e o fortalecimento da proteção social (como auxílios para permanência estudantil) são essenciais para que jovens pobres entrem no mercado por oportunidade, e não por necessidade.

A construção de oportunidades para a juventude é uma condição para o desenvolvimento sustentável. Sem garantir políticas públicas, educação de qualidade e trabalho decente, o ciclo de pobreza e exclusão permanece.

Referências

  • IBGE. (2023).

  • IPEA. (2022).

  • ILO – International Labour Organization. (2023).

  • OIT – Organização Internacional do Trabalho. (2020).

  • ONU Brasil. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico.

  • UNICEF. (2022).

CONHEÇA NOSSO INSTAGRAM:


Link: 
https://www.instagram.com/ods8emfoco/?igsh=MWJ2OWFycGR6Z2hyZQ%3D%3D#



A Transição da Escola para o Trabalho: Desigualdades, Desafios e o Papel da ODS 8

A passagem da escola para o mundo do trabalho é um dos momentos mais determinantes na vida de qualquer jovem. Entretanto, no Brasil, e particularmente no Rio de Janeiro, essa transição ocorre de forma desigual e marcada por obstáculos socioeconômicos.

O Desafio do Desemprego e da Informalidade Juvenil

A juventude é o grupo mais vulnerável no mercado de trabalho fluminense.

Segundo a PNAD Contínua (IBGE, 2023), jovens de 18 a 24 anos enfrentam uma taxa de desemprego de 18%, mais que o dobro da média nacional. Além disso, mais da metade dos jovens empregados no estado estão na informalidade, sem carteira assinada, sem proteção legal e expostos a condições precárias.

Fatores Estruturais de Exclusão

A escolarização é um fator-chave, mas insuficiente quando desconectada do mundo do trabalho. A falta de oportunidades de estágio, aprendizagem e formação técnica aprofunda o ciclo de exclusão (UNICEF, 2022).

As desigualdades territoriais também têm peso significativo. Jovens de regiões periféricas enfrentam obstáculos adicionais como transporte inacessível, poucas ofertas de emprego e escolas com infraestrutura limitada, fatores que o Observatório de Favelas (2023) destaca como cruciais.

A Questão de Raça e Gênero

Desigualdade racial e de gênero agravam ainda mais o quadro. Estudos do IPEA (2022) e IBGE (2023) mostram que:

  • Jovens negros têm maior probabilidade de desemprego e inserção precária.

  • Jovens mulheres frequentemente enfrentam taxas superiores de inatividade, muitas vezes por acumular responsabilidades domésticas.

O Papel Central da ODS 8

A ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) busca enfrentar esses desafios ao propor políticas públicas de inserção produtiva, ampliação da aprendizagem profissional, expansão de programas de qualificação técnica e combate à informalidade juvenil.

Garantir oportunidades dignas aos jovens é fundamental para romper ciclos de pobreza e construir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. A construção do trabalho decente para a juventude exige ação coordenada entre Estado, empresas, escolas e comunidades.

Referências

  • IBGE. PNAD Contínua. (2023).

  • IPEA. Desigualdades no Mercado de Trabalho. (2022).

  • Observatório de Favelas. (2023).

  • ONU Brasil. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico.

  • UNICEF. Educação e Juventude. (2022).

sábado, 6 de dezembro de 2025

O que é Trabalho Infantil e por que sua Erradicação é Central para a ODS 8?

O trabalho infantil é um dos desafios mais graves enfrentados pelo Brasil e pelo mundo.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o termo refere-se a qualquer atividade econômica ou forma de trabalho realizada por crianças ou adolescentes em idade inferior à permitida pela legislação. No Brasil, a Constituição Federal proíbe o trabalho para menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14. É importante destacar que atividades noturnas, perigosas ou insalubres são proibidas para menores de 18 anos.

As Múltiplas Faces da Exploração

As formas de trabalho infantil são diversas e muitas vezes invisibilizadas: incluem trabalho doméstico exaustivo, comércio ambulante, agricultura, reciclagem, oficinas clandestinas, além de situações de exploração sexual e atividades ilícitas (Lista TIP – MTE, 2021).

Essas práticas prejudicam profundamente a formação física, emocional, social e intelectual de crianças e adolescentes (UNICEF, 2023).

Compromisso com a Dignidade e o Futuro

A ODS 8, especialmente em sua meta 8.7, estabelece como prioridade a eliminação de todas as formas de trabalho infantil. Esse compromisso está alinhado às determinações da OIT, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e das políticas nacionais de proteção à infância.

Erradicar o trabalho infantil não é apenas cumprir uma meta global; é garantir dignidade, educação, proteção e futuro para milhões de crianças e jovens. Sem esse avanço, não há trabalho decente possível no futuro, bem como desenvolvimento sustentável real.

Referências:

  • OIT – Organização Internacional do Trabalho. 2020.

  • UNICEF. 2023.

  • Lista TIP – Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 2021.

  • Constituição Federal.

  • ODS 8 – ONU Brasil.

Boas Práticas e Iniciativas que Promovem Trabalho Decente no Rio de Janeiro

A construção do trabalho decente não depende apenas de políticas públicas amplas, mas também de iniciativas locais que fortalecem comunidades, ampliam oportunidades e geram sustentabilidade econômica. No Rio de Janeiro, diversos projetos vêm demonstrando que é possível criar ambientes de trabalho dignos e sustentáveis.

Economia Solidária e Inclusão Produtiva

A economia solidária, por exemplo, tem ganhado força por meio de cooperativas de costura, reciclagem, alimentação e serviços. Essas iniciativas garantem autonomia financeira e redução das desigualdades, sobretudo entre mulheres e trabalhadores de baixa renda. Segundo dados do Ministério do Trabalho (SENAES, 2022), o setor solidário desempenha papel central na inclusão produtiva de populações vulneráveis.

Jovem Aprendiz e Formalização

Outro exemplo relevante é a Lei da Aprendizagem, que regulamenta o programa Jovem Aprendiz. Esse mecanismo permite que jovens de 14 a 24 anos ingressem no mercado formal com direitos trabalhistas, acompanhamento pedagógico e formação profissional. O Ministério do Trabalho (2023) destaca o impacto significativo do programa na redução da informalidade juvenil no estado.

Empregos Verdes e Sustentabilidade

Os chamados empregos verdes também representam um eixo importante de transformação. A Organização Internacional do Trabalho (ILO), no relatório Green Jobs Report (2023), ressalta o potencial da economia verde para gerar emprego sustentável e qualificado em áreas como energia renovável, reciclagem e agricultura urbana.

O Papel das Iniciativas Comunitárias

Por fim, iniciativas comunitárias e organizações do terceiro setor complementam esse cenário ao oferecer oficinas profissionalizantes, reforço escolar, orientação social e oportunidades culturais para jovens. De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (2023), o Rio abriga centenas de projetos voltados à formação cidadã e à redução de vulnerabilidades relacionadas ao trabalho precário.

Em conjunto, essas ações demonstram que o trabalho decente é uma construção coletiva, que envolve governo, empresas, sociedade civil e universidades. Reconhecer e fortalecer essas práticas é fundamental para avançar rumo a um Rio de Janeiro mais justo, seguro e sustentável.

Referências

  • ILO – International Labour Organization. Green Jobs Report. 2023.

  • Ministério do Trabalho. Lei da Aprendizagem e Programas de Inclusão Produtiva. 2023.

  • ONU Brasil. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico. 2023.

  • Plataforma Mapa das Organizações da Sociedade Civil. CNEF/2023.

  • SENAES/MTE. Relatório de Economia Solidária. 2022.

A realidade do trabalho no Rio de Janeiro: dados, desafios e a urgência da ODS 8

O estado do Rio de Janeiro enfrenta desafios significativos no campo do trabalho decente. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE (2023), a taxa de desocupação no estado é de 10,7%, consideravelmente acima da média nacional de 7,8%. Essa diferença revela desigualdades estruturais profundas no mercado fluminense.

A Epidemia da Informalidade

Um dos indicadores mais preocupantes é a informalidade: aproximadamente 38% da força de trabalho do Rio de Janeiro está inserida em atividades sem registro formal. Isso significa ausência de direitos previdenciários, trabalhistas e de proteção social. Trabalhadores informais permanecem mais expostos a riscos, instabilidade e precarização.

Os setores com maior concentração de informalidade no estado incluem comércio e serviços, construção civil, trabalho doméstico e atividades mediadas por plataformas digitais. Esses grupos sustentam a economia cotidiana, mas, paradoxalmente, permanecem entre os menos protegidos legalmente.

Desigualdade de Renda e Desemprego Jovem

A desigualdade de renda também reforça o cenário de vulnerabilidade. Enquanto trabalhadores formais recebem em média R$ 3.052, trabalhadores informais ganham proporcionalmente menos da metade desse valor.

A juventude constitui outro grupo crítico: jovens de 18 a 24 anos enfrentam 18% de desemprego, mais que o dobro da média de desocupação geral do estado. Esse dado aponta para um futuro de oportunidades limitadas para as novas gerações.

O Desafio da ODS 8 no Território Fluminense

Esses dados evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas de inclusão produtiva, combate à informalidade e criação de oportunidades dignas. O cenário no Rio de Janeiro desafia diretamente as metas centrais da ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), que busca promover o emprego pleno e produtivo para todos. A superação desses gargalos é essencial para o desenvolvimento social e econômico sustentável do estado.

Referências Sugeridas

  • INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). PNAD Contínua 2023 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

  • ONU BRASIL. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 (ODS 8) – Trabalho Decente e Crescimento Econômico.

  • IBGE. Relatório Juventude e Mercado de Trabalho. (2023).

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Transformando o futuro: como o trabalho decente e sustentável pode mudar a vida de crianças e jovens

O debate sobre trabalho decente não se limita ao presente. Ele também diz respeito ao futuro das crianças e jovens, que herdarão os resultados das escolhas econômicas, sociais e ambientais feitas hoje. Promover trabalho decente é promover dignidade, segurança e oportunidades. E isso começa muito antes da entrada no mercado de trabalho.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho decente envolve acesso a empregos produtivos, proteção social, igualdade de oportunidades e condições seguras (OIT, 1999). Esses fatores determinam o desenvolvimento humano e reduzem desigualdades. A ODS 8 reforça esse compromisso ao estabelecer como meta promover “emprego pleno, produtivo e trabalho decente para todos, inclusive os jovens” (ONU Brasil, 2023).

No Brasil, muitos jovens enfrentam obstáculos como vulnerabilidade social, acesso limitado à educação de qualidade, informalidade e trabalho infantil. De acordo com o IBGE (2023), a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos é mais que o dobro da média nacional, e a informalidade ainda afeta milhões de brasileiros. Esses elementos inviabilizam o acesso a oportunidades dignas e comprometem o futuro de crianças e adolescentes.

Contudo, existem caminhos possíveis para transformar essa realidade. A seguir, destacamos cinco formas concretas de promover um futuro mais digno para as novas gerações:

1. Investir em formação profissional e educação técnica

Programas de capacitação, cursos profissionalizantes, escolas técnicas e formação continuada são ferramentas essenciais para ampliar oportunidades. Jovens capacitados têm mais chances de obter empregos dignos, com melhores salários e condições de trabalho.

2. Apoiar o empreendedorismo juvenil

O incentivo a pequenos negócios, cooperativas e iniciativas de impacto social pode gerar autonomia e novas perspectivas econômicas. A ONU e o Youth Foresight apontam o empreendedorismo juvenil como uma das principais estratégias globais para promover trabalho decente entre jovens (Youth Foresight, 2023).

3. Promover empregos sustentáveis

A transição para uma economia verde abre espaço para profissões inovadoras nas áreas de energia limpa, reciclagem, agricultura sustentável, conservação ambiental e tecnologia. São trabalhos que unem renda digna e cuidado com o planeta.

4. Combater o trabalho infantil e garantir proteção social

Eliminação do trabalho infantil é condição básica para um futuro digno. Crianças e adolescentes devem ter acesso à escola, lazer e vida saudável. A proteção social, como assistência, bolsas e programas educacionais, reduz vulnerabilidades e garante segurança às famílias (MTE, 2023).

5. Fortalecer políticas públicas de inclusão para jovens

Programas de estágio regulamentado, cotas de aprendizagem, incentivos à contratação juvenil e iniciativas de qualificação são fundamentais para reduzir desigualdades. A conexão entre universidade, empresas e comunidades cria redes de apoio ao desenvolvimento profissional.

Promover trabalho decente é investir no futuro do Brasil e especificamente, Rio de Janeiro, garantindo que crianças e jovens cresçam com direitos protegidos, oportunidades reais e condições de construir uma vida com dignidade.

O futuro do trabalho começa agora e passa por cada ação que fazemos hoje.

Referências:

Organização Internacional do Trabalho (OIT). Trabalho Decente. 1999.

ONU Brasil. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico. 2023. Disponível em: https://brasil.un.org.

IBGE. PNAD Contínua. 2023.

Youth Foresight / ILO. Decent Jobs for Youth. 2023.

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). ODS – Trabalho Infantil. 2023.

Caminhos para Promover Trabalho Decente entre Jovens no Rio de Janeiro Segundo a ODS 8

A ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) destaca a juventude como público prioritário na construção do trabalho decente e sustent...